Na Soleira da Porta Alquímica - Alquimia Operativa

Alquimia

Na Soleira da Porta Alquímica

Daniél Fidélis ::
Escrito por Daniél Fidélis :: em 25/08/2015
Na Soleira da Porta Alquímica
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Na Soleira da Porta Alquímica, transformando-se em mulher, a Arte Real desceu à terra e passou a procurar por um marido. Primeiro, procurou entre os buscadores. Depois, entre os que se chamavam “alquimistas” e entre os apaixonados pela Pedra Filosofal…

Depois, procurou entre os reclusos e entre os estudiosos da Ciência Hermética. Em seguida, procurou entre os filósofos fechados em seus laboratórios.

Passou pelos bosques, aprofundou-se pelas escuras florestas, escalou montanhas e os mais altos picos. Andou pelas cidades, por becos e vielas, no meio da multidão, entre parques e construções.

Não houve lugar por onde a Mulher não tivesse procurado.

Os primeiros, apaixonados pela Pedra, como todos os apaixonados, estavam cegos pelo seu objeto desejado. A procuravam por toda parte, falavam sobre ela, escreviam-lhe tratados e alguns, até poemas. Não viram, contudo, quando Ela, acenando, mostrou-lhes seu coração. Não a reconheceram. Viram apenas mais uma mulher…

Os filósofos de laboratório, mais sábios que os primeiros, haviam descoberto alguns segredos da Arte. Mas, trancados em seus castelos, recusavam a misturar-se entre os homens do mundo e repartir com eles o pouco de Luz que encontraram.

Parando na sua caminhada, a Arte Real decidiu publicar uma pequena obra, contendo os requisitos necessários para seus futuros eleitos. Nela, falava das Virtudes que o noivo deveria possuir e o tempo necessário à preparação do Casamento.

Paciência, constância, prudência, silêncio e solidão. Enxergar atrás dos símbolos, conhecer a linguagem dos Astros, a Sabedoria das pedras, a medicina das plantas. Praticar a Caridade, ter Fé, não julgar ninguém e distribuir os frutos de seu Trabalho, eram alguns dos requisitos exigidos.

O Casamento se processaria no decorrer de longos anos. Ninguém saberia e jamais o noivo tocaria na noiva. Alguns apresentaram-se, mas foram imediatamente despedidos.

A humildade era um dos requisitos também. E quem achava que possuía Sabedoria, Prudência e outras Virtudes, o suficiente para desposar a Grande Arte, não as tinha de fato.

Outros, reconhecendo o limite de suas capacidades e seu despreparo, passaram daquele momento em diante a trabalhar para o conseguirem. E assim o tempo passou…

Os apaixonados enlouqueceram, os egoístas morreram sozinhos. Os que achavam-se humildes venderam seus livros e desistiram da Obra.

E os que começaram sinceramente a trabalhar, sem pressa, nem pausa, como recomenda a Mãe, num dado momento de suas vidas, riram… Riram como a Arte Real, como a Mulher do alquimista na sua noite de núpcias. Riram não um riso de alegria, mas um riso de satisfação e descoberta. Como o de um adulto que recorda as brincadeiras de criança, como o de uma criança que olha as atitudes nervosas de um adulto.

A Arte deseja dos artistas esta presença. Antes, mobilidade de espírito. Exige um recordar sempre, um tombar constante de ilusões. O polimento da Pedra, a brancura que nasce da escuridão plúmbea e do vermelho cardeal, nasce disso.

Na face de um verdadeiro Adepto da Arte, encontraremos rugas de sofrimento e sinais de sacrifício. Mas nunca aquela melancolia e tristeza que lhes são dedicadas. Antes, convida-se a olhar detalhadamente a própria face ou o rosto daqueles consumidos pela procura egoísta dos mistérios de Hermes.

Este texto, muito inspirador, foi gentilmente cedido para publicação em nosso blog pela Sociedade das Ciências Antigas, a qual agradecemos por, fraternalmente, atender o nosso pedido.

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TAGS: Arte

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6 Replies to “Na Soleira da Porta Alquímica”

Ir:: Anderson Melo

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Saudações Fraternais,

É um belíssimo texto retratando o que os Adeptos devem dispor a respeito da Arte Real. Aqueles que escolhem a senda do estudo dos mistérios universais deve ter como lema, a paciência e a humildade, (além de outros atributos). A paciência para realizar a transmutação da sua existência grosseira para a sutil, eliminar toda a ilusão do mundo profano. Creio que podemos relacionar alguns dos “Adeptos” supracitados com aqueles que, por ventura, não fecham seus trabalhos em suas respectivas Egrégoras e acabam tornando-se fanáticos e superficiais, não enxergando o verdadeiro sentido místico de seu estudo e, também os que isolam-se de tudo e todos, logicamente que devemos ser seletivos com nossas amizades e não nos isolar do mundo. A humildade para não permitir que por um momento qualquer, o Adepto sinta-se superior a alguém e sim zele por manter uma chama sempre acesa e uma vibração sempre positiva aos seus semelhantes, semeando sempre o Amor ao mundo, a Paz, a igualdade, dentre outras vibrações positivas.
Aproveito a oportunidade para, reiterar meus protestos de elevada estima e distinta consideração a Sociedade das Ciências Antigas.
Fr:: Abr::

Ir:: Anderson Melo

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Jorgeandrecabral

Boa noiti, me identifico muito com filosfias que o objetivo principal é auxiliar na caminhada, me sinto parte por ter uma vibraçao muito boa quando estiu lendo e pesquisando esse tipo de leituras para desenvolver oque ha de oculto em mim. Abraços fraternos Namastê

Márcia

Sensivelmente profundo…para ler e reler, quando sentir o movimento de novo, com a mente, o coração e o espírito.

neilton medeiros

eu já estive na sede Rosa-Cruz no bacacheri, porem não consegui ver nada que atraísse a minha atenção e curiosidade para fazer parte dessa entidade, gosto de coisas antigas como lei de Anra, Lilit, Samael. e etc… mas não percebi nada que despertásse minha atenção, que fizesse-me agir com meu entusiasmo para que eu me aprofundasse nas atividades Rosa-Cruz. sou fiel e muito grato para quem me oferece conhecimentos que prove que meus antepassados foram próspero, portanto náo consegui ver essa finalidade na Ordem… muito obrigado, se tiver algo que me possa oferecer nesse sentido, estou sempre aberto em honralos… por enquanto não quero entrar, obrigado…

francisco rodrigues de assuncao

De todos os caminhos espirituais que vislumbrei,a alquimia e o que faz arder meu coração.a ideia de transformar por esforço próprio,em luz as trevas que há em mi m.obrigado por tornar acessível esse caminho.paz e luz.

Rosane

Meu primeiro contato com a leitura e posso dizer que senti um leve toque no meu ser interno, um re-despertar para uma dimensão que está além de nossa percepção, mas na qual somos tocados por um sopro divino! Quero mergulhar nesse mar de possibilidades de leitura e rituais de estudo para o desvelamento de minha Vida! Quero avançar no aprendizado diário que é estar aqui na Terra nesse momento de grandes transformações! Que ocorra em meu ser um descortinar e ampliação da minha consciência para uma realidade de plena Luz e Poder Alquímico! Amém !

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