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Quem foi o Abade Tritêmio ou Trithemius, Mestre de Paracelso e Agrippa?

Daniél Fidélis ::
Escrito por Daniél Fidélis :: em 07/02/2024
5 min de leitura
Quem foi o Abade Tritêmio ou Trithemius, Mestre de Paracelso e Agrippa?
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Johannes Von Heidelberg (Jean Trithemius ou Tritêmio) nasceu em Fevereiro de 1462, na aldeia de Tritthenheim (de onde vem o nome pelo qual se fez conhecer). Faleceu em Dezembro de 1516, em Wurzburg, Alemanha.

Foi Abade Beneditino em Sponhein, criptógrafo, filósofo, místico, ocultista, magista, astrólogo e alquimista. Perito em criptografia (seus escritos foram estudados por algumas das principais agências de inteligência do mundo, tais como: CIA, Mossad e a KGB) e artes ocultas. Deixou alguns tratados explicando a arte hermética.

Entre as suas obras, destaca-se “De Septem Secundeis” (As Sete Inteligências Secundárias). Foi um dos mais influentes propagadores da Alquimia no século XV. Foi o mestre de Heinrich Cornelius Agrippa e Paracelso, além de guiar, com seus manuscritos, muitas pessoas interessadas na busca da Grande Obra.

Barret, em seu “Tratado Completo de Alquimia e Filosofia Oculta”, dedica diversas páginas sobre o Abade Trithemius.

Segundo Barret, Agrippa escreveu a sua conhecida “Filosofia Oculta” na juventude e mostrou-a ao seu mestre, Trithemius. O abade ficou impressionado com a obra, conforme evidenciado em uma carta datada de 8 de abril de 1510.

Em um capítulo inteiramente dedicado ao nosso mestre Trithemius, Barret disponibiliza uma tradução de alguns textos do abade: Coisas Sagradas e A Doutrina dos Espíritos, A Arte de Atrair Espíritos para Dentro de Cristais, além de experiências nas ciências ocultas etc.

Trithemius fabricou uma espécie de lâmpada incombustível, com luminosidade de longuíssima duração e a presenteou ao Imperador Maximilian I. Esse artefato causou tanto espanto que foi guardado em um local pouco acessado do castelo, com receio de ser atribuído algum procedimento de magia negra.

Porém, seu trabalho mais notável foi “Stegano-graphia” (Escrita Secreta), no qual disfarçou seus profundos ensinamentos relativos à síntese da ciência do conhecimento, numa aparência de magia angelical, sob um sofisticado sistema de criptografia.

Primeiros Passos de Trithemius e a Confraria Céltica

Estudou em Trèves e depois em Heidelberg, fundando, entre os 18 e 19 anos, uma associação denominada Sociedade Literária Renana, de caráter humanista. A base deste grupo era formada por três amigos: Jean de Dalberg, pessoa considerada no mundo universitário e político da época, que passou a usar o nome de Jean Camerarius, Rodophe Huesmann, conhecido por Agricola e Jean de Heidelberg, que a partir dessa época passou a intitular-se Trithemius, a mais simples explicação da derivação deste nome seria o nome da sua aldeia natal, Tritthenheim.

A Sociedade Literária Renana se preocupava muito com a filosofia pitagórica e a mística dos números, talvez possa-se atribuir a Trithemius um sentido mais cabalístico ligado ao número três: três amigos, dos quais ele era o terceiro, que procuravam fazer a síntese das três culturas: cristã, grega e hebraica.

Posteriormente, a Sociedade Renana passou a designar-se por: Confraria Céltica, e que parece reforçar o seu aspecto esotérico. Nessa altura contava entre seus membros, grandes professores como: Jacques Wimpfeling, um dos grandes eruditos da Renascença, tendo dedicado praticamente toda a sua vida ao estudo dos textos gregos. Tinha como pseudônimo o nome “Olearius”.

Outro foi Conrad Meissel, um hermetista de grande valor, tinha o pseudônimo de “Celtes Protucius (o primeiro dos Celtas) e sobretudo, Paul Ricci, um judeu convertido que difundiu entre seus amigos os ensinamentos da Cabala.

Porém, no início de 1482, Trithemius opta, graças ao “acaso”, por outra via que o levará ao segundo período de sua existência e o transformará no célebre padre do mosteiro de Spanheim.

O Abade Beneditino Trithemius

O jovem sente um desejo repentino de visitar a mãe e o irmão em Tritthenheim. Jean de Dalberg encoraja-o a empreender a viagem, mas prediz-lhe que ele encontrará durante ela a chave de uma nova vida.

Em 25 de janeiro de 1482, Trithemius faz uma pausa para descansar no mosteiro beneditino de Saint Martin, em Spanheim. Recupera as forças e parte novamente, mas o inverno e a neve caindo abundantemente obrigaram-no a voltar ao mosteiro. Não imaginava que ficaria lá durante 23 anos.

No dia 2 de fevereiro de 1482, ao completar 20 anos, inspirado pela graça divina, Trithemius conhece a iluminação. A sua fé imensa consegue convencer os que o rodeavam.

Em 21 de março era noviço. Em 21 de novembro, professa. No ano seguinte, em 21 de julho de 1483, o monge Trithemius é eleito abade do mosteiro, sendo confirmado pelo bispo.

Supõe-se que seu êxito e a aprovação do bispo não são devidos somente às qualidades do jovem profeta, mas também pelo possível apoio de Jean de Dalberg. Assim, aos 21 anos, encontra-se à frente de uma casa de Deus, tendo então descoberto o seu caminho.

No mosteiro, Trithemius não só se revelou como um grande cristão, mas também como um condutor de homens. Logo que assume o posto de chefia, empreende uma limpeza da qual a casa necessitava. Mandou consertar os prédios avariados, reconstrói e traça planos. O mosteiro recebe um sopro de vida, graças a ele.

Realiza também uma obra no campo espiritual, luta contra a inércia, contra a atonia mental provocada pela ausência de diretivas. A ordem dos Beneditinos foi reformada em 1425 por Jean de Minden, abade de Burafele, mas em Spanheim continuava à moda antiga. Daí em diante, pela direção enérgica e esforçada, Trithemius é reconhecido e encorajado pelos seus superiores, obtém doações que lhe permitem novos empreendimentos que ajudam a resolver problemas pendentes. Pagou dívidas, recuperou bens que estavam perdidos ou empenhados. Enfim pôs os assuntos temporais em ordem.

A Cidade do Livro

Ao mesmo tempo, com o objetivo de conseguir fontes de receita e mais ainda, para tirar os monges da ociosidade e orientar seus pensamentos para a pesquisa e reflexão, decidiu aumentar a biblioteca do mosteiro, que era bastante pobre: 48 manuscritos e alguns livros impressos, estes últimos não tinham interesse.

Por julgar que as produções em papel simples não poderiam durar mais de duzentos anos, ele obrigou os monges a recopiarem admiráveis manuscritos para pergaminho, utilizando tintas policromas, foram feitas obras-primas. A biblioteca passa a conter 2000 manuscritos e passou a atrair pessoas de todos os países germânicos para a consultar. Spanheim torna-se a cidade do livro.

O próprio Trithemius se dedica à escrita: Dois Livros de Sermões e Exortações, em 1486, um Elogio aos Irmãos da Ordem do Carmo, em 1492, uma obra sobre os Escritores Eclesiásticos, em 1494, outras ainda sobre teologia, sobre Santa Ana, sobre os milagres da Virgem e outras.

Trithemius investigou manuscritos herméticos, adquiriu experiência em magia, cabala, alquimia e estudou o significado oculto das palavras. Muitos dos seus trabalhos são em linguagem simbólica, entendida unicamente pelos iniciados. Foi o primeiro autor importante sobre criptografia.

Spanheim ficou famosa, o abade tinha contato direto ou por escrito com numerosos sábios e teólogos da época. Foi mestre de Agrippa, amigo de Paracelso. Posteriormente, outros inspiraram-se em suas obras.

A Carta de Trithemius

Em 1498, Arnould Bostius, frade da Ordem do Carmo, queria saber dos seus projetos e em que estudos se ocupava, e curiosamente Trithemius resolveu responder por escrito, em carta extremamente pormenorizada, em 1499, e que por acidente iria tornar-se pública, quando chegou ao seu superior, o Prior do mosteiro de Grand, que não acreditou no que lia.

Esta carta Trithemius a transcreveu na sua Poligrafia. Ele mesmo conta o que se passa em seguida: outros monges leram a carta, alguns recopilaram-na. Ao fim de pouco tempo ela era tornada pública não só na Alemanha como na França e Itália. Algumas pessoas pensaram tratar-se de mentiras, outros de fantasia destinada a obter um êxito fácil, alguns consideraram a carta como obra do diabo.

Trithemius sentiu-se profundamente atingido, o caso assumia proporções inquietantes que colocavam em risco a sua carreira. Até os monges de Spanheim começavam a murmurar contra ele, apesar de tudo a eleição de Trithemius para abade aos 21 anos não devia ter agradado a todos. Haveria quem se sentisse frustrado nas suas ambições e agora havia oportunidade para vingança.

A carta de Trithemius explicava em que consistia a obra em que trabalhava, cujo título era: Esteganografia. Se tratava de uma invenção importante. Dizia ela:

Tenho em mãos e possuo uma grande obra, admirável, a qual, uma vez terminada, conhecida e publicada (o que espero venha a suceder), será considerada por todos mais do que admirável e uma autêntica maravilha. Intitulei-a: Esteganografia… e dividi-a em 4 livros, o menor deles terá mais de 100 capítulos.

Posso garantir-vos que esta obra, onde falo de grande número de segredos e mistérios pouco conhecidos, a todos parecerá, mesmo aos ignorantes, conter coisas sobre-humanas, espantosas e incríveis, uma vez que ninguém escreveu ou falou sobre elas antes de mim.

O primeiro livro mostra mais de 100 maneiras de escrever secretamente, e sem provocar qualquer suspeita, aquilo que se desejar, em qualquer língua, sem que se consiga adivinhar o conteúdo, e isto sem o recurso a metáteses ou a transposições de letras e também sem qualquer receio ou dúvida de que o segredo possa ser conhecido por alguém estranho àquele a quem cabalisticamente eu tenha ensinado esta ciência ou a alguém a quem o meu binário o tenha, também cabalisticamente, transmitido; uma vez que todas as palavras e termos empregados são simples e familiares, mesmo assim, ninguém, por mais experimentado que seja, poderá descobrir por si só o segredo, o que a todos parecerá uma coisa admirável e que os ignorantes considerarão uma impossibilidade.

No segundo livro, tratarei de coisas ainda mais maravilhosas relacionadas com certos meios, graças aos quais consigo, de uma forma segura, impor a minha vontade a quem captar o sentido da minha ciência, e isto sem que me possam acusar de ter usado quaisquer sinais, figuras ou caracteres, e se me servir de um mensageiro escolhido ao acaso, não há súplica ou ameaça, promessa ou violência, que possa obriga-lo a revelar o meu segredo, pois ele o desconhecê-la-á, eis porque ninguém por mais hábil que seja, conseguirá descobrir esse segredo. E realizo facilmente todas essas coisas, quando me aprouver, sem a ajuda de ninguém, nem de mensageiros, mesmo com um prisioneiro encarcerado num lugar remoto, vigiado por guardas atentos. Sou capaz de provar o que afirmo, não me sirvo de espíritos nem de magia, apenas de um processo simples e natural.

O terceiro livro permite a todos os homens ignorantes que apenas conhecem a sua língua materna, entender em duas horas a língua latina e escrever de forma elegante, de tal maneira que os que o lerem compreenderão o seu discurso e só poderão dirigir-lhe louvores.

No quarto livro posso provar que a minha ciência é compreensível a todos os que eu ensinar e servir-me dela em qualquer momento do dia, por muito longe de mim que esteja o meu cabalístico (aquele que no seu segredo, recebe a mensagem).

Falo ainda de muitos segredos que não posso revelar agora. Ora, eu não duvido que muitas pessoas que leram mas não compreenderam o que escrevi, consideram estas coisas admiráveis, mas impossíveis, tal como sucedeu com certos sábios diante dos quais fiz algumas experiências fáceis e que não se deixaram convencer por elas.

Para resumir, afirmo em consciência e perante Deus, que tudo sabe e vê, que as coisas admiráveis que menciono e descrevo são incomparavelmente mais importantes e profundas do que posso dizer e do que vós sois capazes de compreender. Todas estas coisas são naturais, isentas de artimanhas, de ideias supersticiosas, de artes mágicas, isto é, de invocação de espíritos. Afirmo-o nesta carta a fim de que se a mostrares ou a deres a ler aos vossos amigos, nenhum deles pense que eu sou mago, como sucedeu com Alberto o Grande, que, apesar de grande filósofo e profundo investigador dos segredos da Natureza, foi, no entanto, considerado mago porque os seus conhecimentos, adquiridos graças a um trabalho assíduo, a grandes estudos e aplicação, ultrapassavam a inteligência dos seus contemporâneos.

Trithemius, em sua carta, tem consciência de que as suas descobertas serão atribuídas à magia.

Acusações contra Trithemius

Outra infelicidade espreitava Trithemius. Ao que parece, ele nunca renunciou de provar a sua boa-fé. Nessa época, em 1504, um visitante francês chamado Charles de Bouelles, um viajante erudito, como havia muitos no século XVI, parou no mosteiro para ver Trithemius, com quem a muito se correspondia.

Trithemius escreve: “Charles de Bouelles veio pedir-me o favor de o receber como hóspede antes do seu regresso à França. Na ocasião, mostrei-lhe minha obra sobre a Esteganografia, que ainda não estava terminada, e ele admirou-a, louvou-a até, embora não tivesse compreendido o seu significado, pois não possuía nem a inteligência nem a chave e não era merecedor de ouvir nem de receber o nosso ensinamento” l.: Poligrafia: Epístola a Maximiliano.

Trithemius não se enganou no juízo que fez. Tinha talvez um pressentimento que infelizmente concretizou-se. Charles de Bouelles não compreendeu sua obra. Pouco depois escreveu a Germain de Ganay, bispo de Cahors e depois de Orléans, nos seguintes termos: “Folheei a obra de Trithemius, considero-o não só um mágico como também um ignorante completo em matéria de filosofia. Li bastante por alto a sua Estenografia, limitando-me ao começo de alguns capítulos, mas só a custo consegui estar duas horas com o livro entre as mãos, pondo-o de lado por causa das inúmeras conjurações bárbaras que contém e dos nomes desusados que ele chama aos espíritos, não sei se deva dizer diabos, e que começaram a fazer-me medo”.
Na sequência da sua carta, ele afirma claramente que Trithemius tinha um acordo feito e contraído com os maus espíritos.

Depois do prior de and, esta segunda avaliação, baseada em apenas fragmentos, de Charles de Bouelles, que classificava a obra de estranha e inexplicável, com misturas de diabolismo, desta vez, Trithemius estava perdido, a partir daí, até o fim de sua vida protesta e jura inocência sem que obtenha crédito.

A Esteganografia nunca será publicada na íntegra. Escreveu Trithemius: “Afirmo peremptoriamente, que digo a verdade e que nunca tive comércio com os demônios e outras entidades malfazejas, uma vez que nunca pratiquei as artes mágicas, nem a dos necromantes, antes pelo contrário, aquilo que escrevi ou que me propus escrever era puro, são, natural e sem contradição com a fé do cristo. Que a Esteganografia espere a sua hora mergulhada nas trevas, embora nada tenha a ver com as alegações mentirosas de De Bouelles, que costuma fazer juízos acerca de coisas que não conhece e sujar o nome de Homens justos e bons”.

A Nova Casa de Trithemius

Além de tudo, a revolta dos monges no mosteiro assumiu aspectos dramáticos, e em 1505 Trithemius demitiu-se de suas funções, mas graças às altas proteções de que gozava, foi eleito no ano seguinte, em 3 de outubro de 1506, prior do mosteiro de Saint-Jacques de Wurzburg.

O lugar era invejável, mas Trithemius perdeu sua bela biblioteca e a casa onde trabalhava durante tantos anos com amor e dedicação. Isso causou-lhe um profundo desgosto em seus últimos anos. Podemos dizer que esse terceiro período da sua vida foi quase que inteiramente dedicado a apagar o efeito produzido pela sua famosa carta à Bostius.

Nos seus inúmeros protestos há um tom de sinceridade que impressiona. Nem em intenções esse homem seria capaz de trair a sua fé pelo prazer de escrever um livro. Que ele fosse adversário das ciências secretas, como afirmava, é menos certo. Datam da época em que Trithemius sentiu necessidade de proclamar a sua perfeita ortodoxia.

Ele levou as suas pesquisas para além da simples e clássica teologia.
Em uma carta de 15 de maio de 1503, escreveu: “Nada fiz do muito extraordinário e, no entanto, espalhou-se o boato de que eu sou mágico. Li a maior parte dos livros dos mágicos, não para os imitar, mas com o objetivo de, um dia, refutar as suas superstições maldosas”.

Ele era contra os astrólogos e alquimistas da época, porque ele acreditava em uma astrologia cabalística a qual considerava legítima, tanto que escreveu o tratado das Sete Causas Segundas, que era a construção de um sistema da história do mundo por ciclos.

Este tratado foi traduzido em francês no ano de 1897 com o nome: “Traité das causas se-condes”. Também chegou a profetizar, anunciando acontecimentos que ocorreriam na época que ele designa por “décimo nono período”, pouco depois de sua morte, originando o estabelecimento de uma nova religião (o protestantismo de Lutero).

Ele pretendia substituir a magia negra e a goécia por uma magia natural, com base na verdadeira Cabala, em uma alquimia espiritual, em uma ciência simultaneamente secreta e cristã, tudo orientado para o conhecimento absoluto.

Ele deixou um texto alquímico intitulado: A Pedra Filosofal. Em uma carta de 25 de novembro de 1506, faz um elogio à alta magia, a magia divina. Conhecia vários aspectos da Cabala, não daquela que foi posteriormente adulterada e desviada do seu objetivo, mas da ciência autêntica dos rabinos empenhados em descobrir os segredos de Deus e da Criação.

Algumas de suas Publicações

Antipalus Maleficorum, 1508 – obra contra a magia negra, publicada como: o Adversário dos Malefícios, publicada em Ingolstadt, em 1555.

Tratados Históricos e Teológicos – Poligrafia, entre 1505 a 1508 e publicada dois anos após sua morte, em 1518.

Liber olto Questionum – 1508.

Steganografia nen con Claviculae Salomonis, publicado em Lyon, em 1551 e Frankfurt em 1606.

Curiosidades Reais, em 1511. Eram respostas às perguntas do Imperador sobre assuntos religiosos.

Anos depois de sua morte, surge uma obra intitulada “Esteganografia”, Frankfurt, 1608, que provavelmente não é original.

O manuscrito original, diz-se que foi queimado pelo conde palatino Frederico II, filho de eleitor Philippe, que o encontrou na biblioteca do pai e julgou prudente destruí-lo, receando pela salvação da sua alma…

Inúmeras cópias da Esteganografia circularam após a morte de Trithemius, todas diferentes entre si. A maldição continuava a persegui-la. A versão impressa em três livros, em 1606, e que nada contém de diabólico, foi posta no Index pela Congregação do Santo Ofício. Essa condenação absolutamente incompreensível manteve-se até à edição de 1930.

Considerações Importantes Sobre Trithemius

Nunca saberemos em que consistia esse meio de enviar uma mensagem “a mais de cem léguas de distância” e “para o lugar mais profundo que se possa imaginar”. Trithemius não nos deixou indicações suficientes para a interpretação de sua obra. Ele utilizou, como em outros textos, um pouco de astrologia, um pouco de alquimia, um pouco de Cabala. Enfim, ciências orientadas para o Bem e que ele considerava incluírem-se perfeitamente na doutrina cristã. Também não há dúvidas de que Trithemius estudou a criptografia para servir-se dela, para enviar ele próprio uma mensagem.

Seus Trabalhos mágicos tratavam de ocultar os mistérios. A sua obra: “Verterum sophorum sigiela et imagines magiose” é uma história da magia toda em pantáculos. Quanto a sua doutrina, ele a exprimiu por um pantáculo. Segundo o uso dos verdadeiros Adeptos, este pantáculo, raro, acha-se apenas em alguns exemplares manuscritos do tratado das Causas Segundas.

Segundo Eliphas Levi, Trithemius foi o maior magista dogmático da Idade Média. Na sua Esteganografia e em sua Poligrafia, ele dá a chave de todas as escrituras ocultas e explica, em termos velados, a ciência real dos encantamentos e das evocações. Em magia, foi o mestre dos mestres e o mais sábio dos Adeptos.

Trithemius passou os últimos dez anos de sua vida em Wurzburg, até a sua pedra tumular, cuja inscrição se deve ao vigário-geral Goorge Flachius. Essa inscrição foi realizada cinquenta anos após sua morte. Ela diz o seguinte:

O abade Trithemius, glória da terra germânica, que aqui jaz, mereceu este monumento. Os admiráveis escritos saídos da sua pena mostram como foi admirado pelas suas obras e pela sua pena mostram como foi admirado pelas suas obras e pela sua virtude, como também o prova a consideração que sempre lhe testemunhou o imperador Maximiliano. Em vez de mágico, é autor de uma obra contra a magia (uma obra pouco conhecida: O adversário dos Malefícios, publicada em 1555, muito tempo depois de sua morte). A sua fama não morre e ele vive na bem-aventurança espiritual do reino dos Céus

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