Os 159 Cânones Filosóficos de Paracelso - Alquimia Operativa

Espagiria

Os 159 Cânones Filosóficos de Paracelso

Daniél Fidélis ::
Escrito por Daniél Fidélis :: em 26/05/2022
5 min de leitura
Os 159 Cânones Filosóficos de Paracelso
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Os Cânones Filosóficos de Paracelso, na versão deste artigo, foram retirados da obra “A Grande Arte da Alquimia – Pequena seleção de grandes textos alquímicos”.

São 159 condensações a respeito do processo alquímico. Apesar do evidente foco na alquimia laboratorial, podemos extrair profundas reflexões na dimensão espiritual.

Aqueles que já estudam ou praticam a Alquimia Espagírica, terão maior facilidade na compreensão das diversas frases de Paracelso. Pois, vão reconhecer diversos procedimentos que lhes são familiares.

Na Tradição Alquímica, a palavra “cânone” refere-se à maneira correta de se trabalhar, conforme manda a Arte. Quando o alquimista opera dessa forma, diz-se que ele trabalha canonicamente.

No final do artigo, deixamos algumas dicas para ajudar você na compreensão dos textos de Paracelso.

Os 159 Cânones de Paracelso

1 – O que está próximo da perfeição, facilmente chega à perfeição.

2 – Os imperfeitos não podem ser conduzidos à perfeição até serem despojados do seu Enxofre feculento e da sua gordura terrena, que estão misturados com o Mercúrio e o Enxofre. Esta é uma medicina perfeita.

3 – É impossível fixar o imperfeito sem o espírito e o Enxofre dos perfeitos.

4 – O Céu dos filósofos reduz todas as coisas à sua matéria primordial, ou seja, a Mercúrio.

5 – Quem pretender reduzir os metais a Mercúrio sem o Céu Filosófico ou a Aqua Vitae metálica engana-se, uma vez que a impureza do Mercúrio pode ver-se em todas as dissoluções.

6 – Nada pode ser fixado de forma perfeita, se não se misturar indissoluvelmente com o fixo.

7 – O ouro fusível pode alterar-se e converter-se em sangue.

8 – Para que a Prata se fixe não se deve pulverizar nem dissolvê-la em água. Isto seria a sua destruição. A sua fixação passa necessariamente por reduzi-la a Mercúrio.

9 – A Prata não pode converter-se em Ouro a não ser pela Pedra Filosofal; a menos que a tenhamos reduzido primeiro a Mercúrio. O mesmo sucede com os outros metais.

10 – Os corpos imperfeitos chegam à perfeição e ao Ouro perfeito quando se reduzem pela primeira vez a Mercúrio, adicionando Enxofre branco ou vermelho.

11 – Todos os corpos imperfeitos chegam à perfeição pela redução a Mercúrio e, depois, fervendo-os em lume certo com Enxofre. Convertem-se, então, em Prata e Ouro. Aqueles que pretendem criar Ouro e Prata de outra forma enganam-se e trabalham em vão.

12 – O Enxofre de Marte é o melhor. Unido ao Enxofre de Ouro, converte-se num remédio.

13 – Não se engendra Ouro sem antes ser Prata.

Obtém resultados simbólicos aquele que tudo considera simbólico

Daniél Fidélis ::

14 – A Natureza cria e engendra os minerais por degraus. De uma única raiz, geram-se todos os metais, sendo o Ouro o resultado final.

15 – O Mercúrio corrompe o Ouro, transforma-o em Mercúrio e fá-lo volátil.

16 – A Pedra compõe-se de Enxofre e Mercúrio.

17 – Se a preparação do Mercúrio não for ensinada por um mestre-artista, nunca será encontrada nos livros.

18 – A preparação do Mercúrio para a Menstruação Filosófica denomina-se Mortificatio.

19 – A praxis deste arcano vai para além de todos os segredos da Natureza e, a menos que se revele ou se ensine, o mais certo é que não se encontre nos livros.

20 – O Enxofre e o Mercúrio são matérias da Pedra. Por conseguinte, o conhecimento do Mercúrio é necessário para a eleição de um Mercúrio digno da Obra.

21 – Há um Mercúrio oculto num corpo, sem nenhuma preparação, e a arte da sua extração é difícil.

22 – O Mercúrio pode fixar-se e converter-se em Ouro e Prata para resumo ou abreviação da Obra.

23 – A fixação e a congelação são um único labor, que se faz a partir de uma única coisa e num único recipiente.

24 – Aquilo que fixa e congela o Mercúrio também o tinge, da forma que anteriormente dissemos.

25 – Durante a Obra há que observar a graduação do fogo. No primeiro grau, o Mercúrio dissolve o corpo; no segundo grau, o Enxofre seca o Mercúrio; no terceiro e quarto graus, o Mercúrio fixa-se.

26 – As coisas radicalmente misturadas tornam-se depois inseparáveis. Parecem-se com a neve e a água.

27 – Vários simples, passados pela putrefacção, produzem outros simples.

28 – A forma e a matéria devem ser, por necessidade, da mesma espécie.

29 – O Enxofre homogéneo é da mesma natureza que o Sol e a Lua. Este Enxofre produz Ouro e Prata puros, não dos que se podem ver diariamente, mas sim de um tipo que pode dissolver-se em Mercúrio.

30 – Sem a dissolução filosófica do Ouro em Mercúrio, não se pode extrair do Ouro uma forma fixa de untuosidade. Esta substitui um fermento que gera o Sol e a Lua, além de substituir também o que se faz por meio de uma forma de redução, que Geber chama Rebis.

31 – Os metais transformados em Mercúrio reduzem-se de novo a um corpo, ao ser-lhes acrescentada uma pequena quantidade de fermento.

32 – A levedura do Tártaro dos Filósofos, que reduz todos os metais a Mercúrio, é a Aqua Vitae metálica dos filósofos, a que também chamam fezes dissolutas.

33 – O Enxofre e o Mercúrio são da mesma natureza homogênea.

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34 – A Pedra dos Filósofos não é outra coisa que o Ouro e a Prata, sujeitos a uma tintura muito elevada.

35 – O Sol e a Lua, em si próprios, nas suas próprias espécies, têm suficientes riquezas. Então, tereis de reduzi-los à natureza de um fermento. A massa daí resultante pode multiplicar-se.

36 – Os extremos no Mercúrio são dois: a crueza, por um lado e, por outro, a mais refinada cozedura.

37 – Os filósofos observam que as coisas secas absorvem rapidamente a sua humidade.

38 – A cal alterada da Lua bebe em seguida o seu Mercúrio, fundamento dos minerais filosóficos.

39 – O Enxofre é a alma, mas o Mercúrio é a matéria.

40 – O Mercúrio congela-se num corpo imperfeito e adopta a mesma espécie do corpo imperfeito, cujo Enxofre congelou de início.

41 – Fazer o Sol e a Lua com o Enxofre dos corpos imperfeitos é impossível. É impossível que uma coisa dê mais do que aquilo que tem.

42 – O Mercúrio dos metais é a semente feminina, já que por projeção atravessa as qualidades de todos os metais até chegar ao Ouro.

43 – Para a extração da tintura vermelha, o Mercúrio anima-se com o fermento do Ouro; a extração da tintura branca faz-se com o fermento da Prata.

44 – O labor dos filósofos faz-se rapidamente sem esforço, em qualquer lugar e momento, desde que possua a mais correta matéria.

45 – Os Enxofres do Sol e da Lua fixam os espíritos das suas espécies.

46 – Os Enxofres do Sol e da Lua são as verdadeiras sementes masculinas da Pedra.

47 – Todos os que têm o poder de fixar deverão ser permanentes e fixos.

48 – A tintura que dá a perfeição aos imperfeitos faz-se da fonte do Ouro e da Prata.

49 – Aqueles que utilizam o Enxofre de Vênus enganam-se.

50 – Vênus nada tem que seja útil ou que sirva para a grande obra espagírica.

51 – O Sol convertido em Mercúrio, não pode ser um fermento, uma alma ou um Enxofre antes da conjunção com a Menstruação.

52 – A Obra, finalizada pela repetição, converte-se em ígnea.

53 – Na abreviação do trabalho, os corpos perfeitos devem ser reduzidos a um Mercúrio vulgar, que possa tomar adequadamente o fermento.

54 – A preparação do Mercúrio pela sublimação é melhor do que a que se faz a partir da amálgama. Mas lembra-te que deverás reanimá-la.

55 – A alma não pode imprimir uma forma se não for com a ajuda de um espírito. Isto não é senão Ouro convertido em Mercúrio.

56 – O Mercúrio obtém a forma do Ouro pela mediação do espírito.

57 – O Ouro transformado em Mercúrio é Espírito e Alma.

58 – O Enxofre dos filósofos, a tintura e o fermento, tudo isto refere-se a uma única coisa.

59 – O Mercúrio vulgar equivale à natureza do Mercúrio dos corpos.

60 – O fermento faz com que o Mercúrio seja muito pesado.

61 – Quando o Mercúrio vulgar não se anima ou não tem alma, não serve nem para uma operação universal nem para uma operação particular.

62 – Só então a alma se imprime no Mercúrio mortificado.

63 – O Sol pode ser preparado como um fermento, de modo a que uma parte do mesmo anime dez partes de Mercúrio, e este labor é infindável.

64 – O Mercúrio dos corpos imperfeitos substitui aquele Mercúrio vulgar, mas a arte de extraí-lo é difícil.

65 – O Mercúrio vulgar transforma-se em Ouro pela ação da Pedra Filosofal. Por conseguinte, pode ser exaltado e poderá ser equivalente a todos os mercúrios dos corpos.

66 – O Mercúrio vulgar animado é um grande segredo.

67 – Os mercúrios de todos os metais, pela abreviação do trabalho, convertem-se em Ouro ou Prata.

68 – O calor húmido e suave chama-se Fogo do Egito.

69 – Nota: A Lua não é a mãe da Prata vulgar, mas um Mercúrio com alguma qualidade da Lua Celeste.

70 – A Lua Metálica é de uma natureza metálica.

71 – O Mercúrio vulgar adquire uma natureza feminina pela sua esterilidade.

72 – O Mercúrio dos minerais médios mostra a natureza da Prata por similitude.

73 – Todas as coisas produzem-se a partir do Sol e da Lua.

74 – O homem e a mulher, ou seja, o Sol e Mercúrio, coagulam-se juntos.

75 – O Mercúrio vulgar sem preparação é algo alheio à Obra.

76 – Quatro partes de Mercúrio e uma de Ouro, que substitui o fermento, constituem o matrimónio.

77 – A solução realiza-se quando o Ouro se converteu em Mercúrio.

78 – Sem putrefacção não há dissolução.

79 – A putrefacção dura até aparecer a brancura.

80 – É grande o segredo de purificar o Mercúrio com que se prepara a Menstruação, em que dissolvemos o Ouro.

81 – O Mercúrio transforma o Ouro em forma de água, isto é, em Mercúrio fluente como si próprio.

82 – A dissolução é o início da congelação.

83 – O Sol dissolvido em Mercúrio fluente, durante um curto espaço de tempo, fica nesse estado.

84 – O fermento seca o Mercúrio, torna-o pesado e fixa-o.

85 – O Sol dos filósofos é qualificado como fonte.

86 – A Matéria, através do poder da putrefacção, converte-se numa parte que é o princípio da congelação.

87 – Há uma forma rápida de extrair o Enxofre do Sol e da Lua, através da qual todo o Mercúrio se fixa no Ouro e na Prata.

88 – A Matéria nunca deve ser retirada do Fogo para que não esfrie, caso contrário deteriora-se.

89 – Quando a Matéria se torna negra, aplica-se o segundo grau do Fogo.

90 – A limpeza dos Filósofos é uma mera similitude, visto que só o Fogo purifica tudo.

91 – O veneno e o fedor saem apenas pelo Fogo, que é o único que tudo redime.

92 – O Fogo, pela sua virtude penetrante e aguda, lava mais do que qualquer outra água.

93 – Quando o calor ou a cor se extinguem numa coisa vegetal, o que se segue é a morte.

94 – O espírito é a cor.

95 – (fragmento perdido).

96 – Quando a Matéria é levada à brancura, então, já nada pode destrui-la.

97 – Toda a corrupção das coisas nota-se através de um veneno mortal.

98 – O recipiente ou o vidro chama-se Mãe.

99 – A virtude do Enxofre pode, até certo ponto, ser estendida.

100 – Observar por que razão os filósofos chamam à sua Matéria Menstruação.

101 – O Enxofre dissolve o nome de uma forma, mas a Menstruação dissolve o nome da Matéria.

102 – A Menstruação representa os elementos pequenos e inferiores, ou seja, a Terra e a Água. O Enxofre é o elemento superior, e o Fogo e o Ar são os seus agentes.

103 – Tudo se deteriora quando a casca do ovo é partida e o pinto morre; isto também acontece quando o recipiente é aberto e o Ar toca a Matéria.

104 – A calcinação, feita com Mercúrio num forno de revérbero, é boa.

105 – Os métodos do estilo filosófico devem ser cuidadosamente anotados, uma vez que por sublimação compreende-se a dissolução dos corpos em Mercúrio pelo primeiro grau do Fogo. A isso segue-se a segunda operação, que é a condensação ou acto de unir o Mercúrio ao Enxofre. A terceira é a fixação do Mercúrio num corpo perfeito e absoluto.

106 – Há um número infinito de heterogeneidades que não permite ao Mercúrio, na sua forma original, misturada pela cal dos corpos perfeitos, ser a matéria da Pedra.

107 – A medicina branca é levada à perfeição no terceiro grau do Fogo e este grau não pode ser infringido quando se faz a medicina branca; caso contrário a Obra Branca ficará destruída.

108 – O quarto grau do Fogo faz com que a matéria enrubesça e, nesse instante, surgem várias cores.

109 – O trabalho depois do Branco, que não alcançou o vermelho abrasado é imperfeito; isto diz respeito não só à Tintura Branca como à Vermelha.

110 – Após o primeiro grau do Fogo persa, a matéria torna-se mais poderosa.

111 – A Obra não alcança a perfeição, a menos que se passe por cera e derreta como tal.

112 – O trabalho de encerração faz-se a partir da mistura de três partes de Mercúrio, que dá à Pedra o Ser.

113 – A encerração da medicina Branca faz-se com água Branca ou Mercúrio animado com a Lua, mas o encerado da medicina vermelha faz-se com o Mercúrio animado com Ouro.

114 – É suficiente que após o encerado a Matéria fique como uma pasta.

115 – Continua a encerar até se conseguir a consistência certa.

116 – Quando o Mercúrio, com que foi feito o encerado, desaparecer, não há prejuízo.

117 – A medicina devidamente encerada explica o enigma da saída do rei da fonte.

118 – O Sol reduzido à sua água ou matéria primordial, através do Mercúrio vulgar, deteriora-se ao arrefecer.

119 – O filósofo pega na matéria preparada pela natureza e a reduz à matéria primordial, já que tudo se reduz à sua origem, tal como a neve se mistura com a água.

120 – Os homens sábios convertem os anos em meses, os meses em semanas e as semanas em dias.

121 – A primeira cocção do Mercúrio feita pela natureza é a única causa da sua perfeição simples. E, não pode alcançá-la no maior grau, embora se deva ajudar nesta simplicidade. Pode fazer-se inseminando Ouro na própria terra, que não é mais do que Mercúrio puro, que naturalmente está pouco ou imperfeitamente digerido.

122 – Na segunda cocção do Mercúrio, a virtude do Mercúrio aumenta dez vezes.

123 – A Pedra do Mercúrio obtém-se repetindo a cocção, adicionando o Ouro, para além de ferver o homem e a mulher duas vezes.

124 – Adiciona-se o Sol ao Mercúrio para que possa converter-se em Enxofre e, após ser fervido, transforma-se em Pedra física.

125 – Muitos contemplam o Mercúrio filosófico, mas não o reconhecem.

126 – Qualquer Mercúrio original representa a matéria da Pedra, tomada adequadamente.

127 – Qualquer coisa é o sujeito da Pedra, de onde se pode extrair Mercúrio.

128 – Todos os que interpretam ao pé da letra os escritos dos filósofos enganam-se, já que eles afirmam um único Mercúrio.

129 – (Fragmento perdido).

130 – Um Mercúrio supera outro em calidez, secura, cocção, pureza e perfeição, quando, sem corrupção da forma, é preparado e purgado de tudo o que é supérfluo. Nisto consiste o segredo da Pedra.

131 – Se a preparação do Mercúrio vulgar fosse conhecida dos estudantes desta Arte, não se procuraria nenhum outro Mercúrio, nem uma qualquer Aqua Vitae, ou água mercurial, já que o comum Mercúrio contém tudo isto.

132 – Todos os Mercúrios podem ser levados e exaltados à qualidade de qualquer Mercúrio por sucessivos graus dos corpos.

133 – O Mercúrio vulgar antes da devida digestão não é Mercúrio Filosófico. Após a preparação é conhecido por este nome, visto conter uma forma verdadeira e um modo de extrair o Mercúrio dos outros metais. Este é o princípio da Obra.

134 – O Mercúrio vulgar preparado é a Aqua Vitae metálica.

135 – O Mercúrio passivo e a Menstruação não perdem a forma externa do Mercúrio.

136 – Alguém que empregue, em vez do Mercúrio corrente, qualquer tipo de sublimado, pó calcinado ou precipitado, engana-se.

137 – Qualquer um que reduza o Mercúrio a água clara para realizar a grande Obra, equivoca-se.

138 – Obter Mercúrio de água limpa não depende do poder de qualquer corpo, mas unicamente do poder da natureza.

139 – No labor filosófico é o Mercúrio cru que, inevitavelmente, dissolve o Ouro em Mercúrio.

140 – Quando o Mercúrio se reduz a Água, dissolve o Ouro. É necessário para o trabalho da Pedra, que o Ouro se dissolva em Mercúrio.

141 – O Esperma e a Menstruação devem parecer-se exteriormente.

142 – Diz-se na doutrina dos filósofos que o esperma deve humedecer a natureza; mas, se a menstruação estiver seca, não haverá dissolução possível.

143 – Deves considerar a semente da Pedra similar aos metais.

144 – É essencial que a semente da medicina filosófica seja como o Mercúrio vulgar.

145 – O maior segredo é saber que o Mercúrio é simultaneamente matéria e Menstruação, e que o Mercúrio dos corpos perfeitos é a forma.

146 – Por si o Mercúrio nada faz na geração.

147 – O Mercúrio é a terra elemental em que se insemina o Ouro.

148 – A semente do Ouro é dotada de uma virtude multiplicadora.

149 – O Mercúrio perfeito busca uma mulher para a Obra da geração.

150 – Cada Mercúrio tem dois elementos, os crus que procedem da Água e da Terra, extraídos pela ebulição do Fogo e do Ar.

151 – Se se quiser converter o Mercúrio em metal, então deverá adicionar-se um pequeno fermento, a fim de se alcançar o grau desejado de perfeição.

152 – O maior arcano é a dissolução física e a redução a Mercúrio.

153 – A dissolução do Ouro deve ser aperfeiçoada pela natureza e não pela mão do homem.

154 – Quando o Ouro se une ao seu Mercúrio, tem a forma do Ouro, mas a preparação principal dá-se na cal.

155 – Uma questão se coloca aos homens Sábios: a união do Mercúrio da Lua com o Mercúrio do Ouro pode substituir a Menstruação filosófica?

156 – O Mercúrio da Lua mantém a natureza de um homem e dois homens podem gerar, quando muito, duas mulheres.

157 – Para a extração do elixir, deverás obter a mais pura substância do Mercúrio.

158 – Quem trabalha deverá procurar a sublimação das duas luminárias.

159 – O Ouro dá uma tintura dourada e a Prata dá uma tintura prateada, mas aquele que souber tingir o Mercúrio com Prata ou Ouro, possuirá um grande segredo.

Sugestões de interpretação

Boa parte dos cânones de Paracelso são de difícil compreensão. Até hoje, não consegui penetrar no significado de muitas passagens, o que torna esse trabalho mais instigante.

Mas, daquilo que suponho ter entendido, deixo algumas dicas e links de artigos que podem fornecer um bom material de suporte ao estudo.

Sol e Lua, em boa parte do texto, refere-se, respectivamente, ao ouro e à prata; Vênus, ao cobre, e assim sucessivamente.

O espírito corresponde, no reino vegetal, ao álcool da planta; no reino mineral, a um ácido proveniente do metal que se está trabalhando. Algumas vezes, espírito e mercúrio são sinônimos (assim como a alma e o enxofre).

Nem sempre o mercúrio corresponde ao mercúrio da tabela periódica dos elementos químicos, assim como o enxofre.

O “filósofo”, assim como o “artista”, é o próprio alquimista.

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One Reply to “Os 159 Cânones Filosóficos de Paracelso”

Ilton Nunes

SP, 01/06/2022 da E.’.V.’. Tanto a transcrição dos cânones quanto as observações demonstram Profunda erudição sobre alquimia, especialmente sobre simbolosmo alquímico. Oxalá possa eu algum dia entender completamente este texto tão interessante. E parabéns ao digno e resp.’. Ir.’. Daniel Fidelis por divulgá-lo. T.’.F.’.A.’.

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